John Textor ataca Nasser Al-Khelaïfi: O embate entre o dono do Botafogo e do Lyon e o poder do PSG no futebol francês

Recentemente, John Textor, presidente da Olympique Lyonnais (OL) e proprietário do Botafogo, fez duras críticas a Nasser Al-Khelaïfi, presidente do PSG, durante uma entrevista ao programa Rothen s’enflamme na rádio RMC. A conversa revelou tensões entre os dois dirigentes, com Textor questionando a influência de Al-Khelaïfi no futebol francês e europeu, e criticando o poder do PSG sobre as entidades como a LFP (Ligue de Football Professionnel) e a DNCG (Direction Nationale du Contrôle de Gestion).

A influência de Al-Khelaïfi e a falta de competitividade na Ligue 1

Textor não poupou palavras ao denunciar o que considera ser uma proteção institucional ao PSG. “Eu não sabia o quanto o PSG tinha de influência nas instâncias do futebol, como a ECA (Associação Europeia de Clubes) e a UEFA. Fiquei chocado quando vi que, durante a discussão sobre os direitos de transmissão, o presidente da Ligue, que deveria estar conduzindo o debate, ficou calado enquanto Nasser dominava a conversa, mesmo sendo o dono de uma emissora de TV, a beIN Sports”, afirmou Textor. Para ele, essa dinâmica prejudica a competitividade da Ligue 1, com o PSG distorcendo as regras do jogo e tornando o campeonato francês desequilibrado.

Relação pessoal e comercial com Nasser: “Não vou vender jogadores para ele”

Apesar das críticas, Textor afirmou que sua relação com Al-Khelaïfi não é pessoal, mas sim uma questão de modelo de negócios. Ele deixou claro que, por enquanto, não tem interesse em vender jogadores do Lyon para o PSG: “Hoje? Não, absolutamente não. Não quero vender um bom jogador para Nasser até que nos sentemos e decidamos juntos ajudar o campeonato francês a ser mais competitivo”, declarou Textor, referindo-se também à venda do jogador Bradley Barcola, que foi negociado para o PSG por 45 milhões de euros. O dono do Lyon criticou a ideia de vender seus melhores atletas para o maior rival, argumentando que isso prejudica a integridade da liga.

O “homem charmant de Paris” e a distorção da realidade

Textor também atacou a postura de Al-Khelaïfi, chamando-o de “o homem charmant de Paris”, sugerindo que o presidente do PSG se vê como o centro do futebol francês e como uma figura benevolente ao ajudar outros clubes, quando, na visão de Textor, isso não passa de uma negociação comum. “Ele acha que está ajudando o futebol francês, mas está apenas comprando jogadores dos outros clubes, uma negociação entre iguais”, disse Textor, destacando que a ideia de que o PSG é o ‘salvador’ do futebol nacional é “completamente absurda”.

As críticas à DNCG e à LFP: “Violação das leis europeias”

Textor também foi incisivo ao criticar a atuação da DNCG e da LFP, que, segundo ele, aceitam a violação das leis europeias ao permitir que o PSG, com recursos ilimitados vindos do Estado do Catar, tenha uma vantagem desleal sobre os outros clubes da Ligue 1. “A DNCG não nos dá crédito porque os financiamentos que trazemos para o Lyon são legais de acordo com o direito europeu. Mas o dinheiro do PSG, que vem de um governo estrangeiro, distorce o interesse esportivo e é ilegal”, afirmou o empresário americano, sugerindo que a liga deveria adotar medidas para garantir uma competição mais equilibrada entre os clubes franceses.

A crítica à produção de beIN Sports nos EUA

Além das críticas sobre o PSG, Textor também aproveitou a entrevista para alfinetar a qualidade da produção de beIN Sports nos Estados Unidos. “A produção dos jogos da Ligue 1 nos EUA é bastante fraca. A transmissão é automatizada, a publicidade pode interromper um momento crucial do jogo, e não há a atenção necessária para os detalhes, o que prejudica a qualidade da experiência para o público”, comentou Textor. Ele sugeriu que a Ligue 1 deveria exigir padrões mais elevados de produção e transmissão para garantir que o futebol francês tenha uma representação de qualidade em todo o mundo.

O que vem pela frente?

As declarações de John Textor geraram repercussão não só na França, mas também no Brasil, especialmente no Botafogo, onde a liderança de Textor já gera debate sobre o futuro do clube carioca. Enquanto isso, o confronto entre Lyon e PSG no cenário francês parece estar longe de uma resolução tranquila. Textor promete continuar defendendo seu modelo de multipropriedade e um campeonato mais justo, desafiando Nasser Al-Khelaïfi e a hegemonia do PSG, que, para ele, está enfraquecendo a competição e a sustentabilidade do futebol francês.

Essa guerra de declarações está apenas começando, e o futebol francês, assim como o futebol brasileiro, seguirá de olho em como essas rivalidades e disputas de poder irão impactar as próximas temporadas.

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